O SINDICONTAS/PR manifesta seu veemente repúdio ao editorial publicado pela Folha de São Paulo, no dia 25 de agosto de 2024, que defende a privatização de três das maiores e mais estratégicas empresas estatais brasileiras: Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Consideramos que tal posicionamento desconsidera o papel fundamental dessas instituições para a soberania econômica, social e energética do país.
A defesa pela privatização de empresas que historicamente têm sido pilares do desenvolvimento nacional, contribuindo significativamente para o crescimento econômico e a geração de empregos, demonstra um profundo desconhecimento da importância estratégica das estatais para o Brasil. A Petrobras, a Caixa e o Banco do Brasil não são apenas empresas lucrativas, mas instrumentos essenciais para a execução de políticas públicas que visam ao desenvolvimento sustentável e à inclusão social.
Contrariando o que foi afirmado pela Folha de São Paulo, as estatais têm gerado lucros expressivos para a União. Segundo matéria publicada pelo Diário do Centro do Mundo, Gleisi Hoffman, deputada federal afirma: “As estatais brasileiras tiveram lucros somados de R$ 197 bi em 2023, dos quais R$ 49 bi foram para a União na forma de dividendos e participações. Petrobras, BB e Caixa foram responsáveis por R$ 170 bi desse lucro, e é justamente sobre estas três que a Folha, em seu editorial de capa, escancara a cobiça privatista no editorial desavergonhado deste domingo”. Esses números não apenas refutam a narrativa de que as estatais são "custosamente mantidas" pelo Estado, mas também evidenciam a sua eficiência e relevância para a economia nacional.
A posição expressa no editorial ignora, ainda, o papel social dessas empresas. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, é fundamental na operacionalização de políticas habitacionais e sociais, como o programa Minha Casa Minha Vida. A Petrobras é crucial para a soberania energética do Brasil, e o Banco do Brasil desempenha um papel central no financiamento do agronegócio e na oferta de crédito em regiões onde a iniciativa privada muitas vezes não alcança.
Além disso, a história recente das privatizações no Brasil, citada no editorial como bem-sucedida, é repleta de casos de prejuízos à população e ao Estado. Exemplos como a Vale, cujo processo de privatização foi marcado por subfaturamento e controvérsias, e a Eletrobras, com sérios problemas no fornecimento de energia e aumento de tarifas, mostram que a privatização de ativos estratégicos nem sempre resulta nos benefícios alardeados.
O SINDICONTAS/PR acredita que é essencial preservar o patrimônio público e garantir que ele continue a servir ao interesse coletivo e à soberania nacional. A privatização de empresas estratégicas, como defendido pela Folha de São Paulo, coloca em risco não apenas a autonomia econômica do Brasil, mas também o acesso da população a serviços essenciais.
Reforçamos, portanto, nossa posição contrária à privatização das estatais e conclamamos a sociedade a se unir em defesa do patrimônio público, que é de todos os brasileiros. Continuaremos vigilantes e atuantes na proteção dos direitos dos servidores e na preservação das instituições que são fundamentais para o desenvolvimento do nosso país.